As Olimpíadas de 2024 estão prestes a começar, e a empolgação global cresce confome nos aproximamos deste grandioso evento esportivo. Contudo, os Jogos Olímpicos vão muito além das competições atléticas. Eles são um reflexo e um catalisador para questões geopolíticas, sociais e humanitárias de grande relevância. Neste texto, exploramos como os Jogos Olímpicos, que serão realizados em Paris, vão além do esporte.
Geopolítica nas Olimpíadas
As Olimpíadas têm um histórico de servir como palco para as dinâmicas geopolíticas globais. Isso acontece, por exemplo, devido à participação de países e territórios cujas existências e reconhecimentos são frequentemente tema de debate internacional.
Além disso, em entrevista à revista Time, o especialista internacional em política esportiva Jules Boykoff acredita que os próximos Jogos Olímpicos estão prestes a ser “as Olimpíadas mais politicamente carregadas em décadas”. Tensões atuais como os conflitos na Ucrânia e em Gaza, e a volta do Talibã ao poder no Afeganistão vêm gerando debates em relação aos jogos.
Confira cada um desses casos:
Kosovo: Desde que declarou independência da Sérvia em 2008, o Kosovo tem lutado pelo reconhecimento internacional. Sua participação nas Olimpíadas de 2024 representa mais do que um triunfo esportivo, é um marco significativo em sua busca por aceitação e legitimidade global.
Taiwan: Competindo sob o nome de “Taipei Chinesa” devido às pressões da China, Taiwan continua a utilizar as Olimpíadas como uma plataforma para afirmar sua identidade e presença no cenário internacional.
Ucrânia: O time ucraniano deste ano é o menor da história. A invasão da Rússia matou atletas e treinadores, forçou muitos a fugir dos combates e danificou instalações esportivas do país.
Rússia: Atletas russos e bielorrussos não terão acesso às bandeiras, hinos nacionais e também não serão incluídos no quadro oficial de medalhas em Paris 2024. O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que os competidores deveriam ser inscritos como Atletas Neutros Individuais.
Palestina: A maioria dos atletas palestinos não estará nas Olimpíadas. Cerca de 400 pessoas do setor esportivo foram mortas desde o início do conflito em Gaza, em outubro de 2023. Paris deve receber entre seis e oito atletas palestinos, entre classificados e convidados, segundo o chefe do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach.
Afeganistão: Uma pequena delegação de atletas, mulheres e homens, representará o país em Paris. A presença é altamente simbólica para os primeiros Jogos Olímpicos desde a volta do Talibã ao poder e a instalação de um “apartheid de gênero” na sociedade afegã.

O lado humanitário dos Jogos Olímpicos
O aspecto humanitário dos Jogos Olímpicos é, talvez, um dos mais tocantes. A presença do Time de Refugiados é um lembrete poderoso da capacidade do esporte de unir pessoas e transcender fronteiras. Introduzido pela primeira vez nos Jogos de 2016, o Time representa milhões de pessoas deslocadas por conflitos e perseguições. Esses atletas não apenas competem no mais alto nível, mas também enfrentam e superam adversidades extraordinárias, mostrando ao mundo o poder transformador do esporte.
Organizações humanitárias e iniciativas globais aproveitam a visibilidade dos Jogos Olímpicos para sensibilizar o público sobre questões críticas como a crise dos refugiados, a fome e as mudanças climáticas. Muitos atletas usam suas plataformas para promover causas importantes, inspirando ações positivas e mudanças em escala global.

Olimpíadas e o impacto social
Os Jogos Olímpicos também promovem um forte senso de inclusão e diversidade. Atletas de todas as origens culturais e sociais se reúnem, celebrando a riqueza da diversidade humana. As histórias de superação e resiliência dos atletas servem de inspiração para milhões de pessoas ao redor do mundo, destacando a importância da determinação e da igualdade.
Depois de muita luta, o Comitê Olímpico Internacional declarou que, pela primeira vez na história das Olimpíadas, haverá igualdade total de gêneros nas cotas de vagas para Paris. 28 das 32 modalidades do programa de Paris 2024 vão incluir os dois gêneros. Dentre os eventos com medalhas, 152 serão femininos, 157 masculinos e 20 mistos. Ou seja, mais da metade de todas as provas contará com a participação das mulheres.
Na delegação do Brasil, as mulheres serão maioria também pela primeira vez, com 153 representantes – 55% do número total. Para efeito de comparação, o índice foi de 47% em Tóquio, há três anos.

À medida que as Olimpíadas de 2024 se aproximam, é essencial reconhecer que este evento global vai muito além do esporte. As Olimpíadas são uma vitrine para as dinâmicas geopolíticas, um catalisador para mudanças sociais e uma plataforma para questões humanitárias.
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